Luta, boxe e pancrácio: introduzindo os 'eventos pesados' nos Jogos Olímpicos da Antiguidade

Resumo

Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga ocorreram entre 776AC e 393dC, fundamentados por motivos predominantemente religiosos, baseados nos valores mitológicos daquela época. Sabemos hoje que as lutas (luta, boxe e pancrácio) fizeram parte do programa olímpico da antiguidade, e o propósito desta pesquisa é de introduzir e compreender os fundamentos que as levaram a este status. Elas estavam presentes na cultura Egípcia desde o segundo milênio antes de Cristo, e foram bem descritas nas principais obras da Grécia Antiga, tais como as de Homero. A luta é a mais antiga de todas, tanto em elementos históricos quanto na introdução no programa olímpico. Ela combinava força, técnica e inteligência. Além de ser uma modalidade de combate, era também utilizada como elemento educativo. O boxe foi a segunda a aparecer, e surgiu em um ambiente em que se tentou utilizar dos mesmos fundamentos da luta, mas respeitando a técnica específica de apenas golpear com as mãos. E por fim surgiu o pancrácio, a mais violenta de todas, sendo uma espécie de combinação das outras duas. Apesar das diferenças técnicas, a dinâmica dos eventos era muito parecida, tais como ausência de divisão por categorias de peso e de separação em rounds, ou seja, a partir do início, a luta só acabaria por nocaute ou por desistência do adversário. O Boxe e a luta ainda hoje fazem parte do programa olímpico, e o pancrácio pode ser reconhecido como uma prática de MMA, demonstrando que essas modalidades esportivas possuem um importante papel no domínio das artes marciais, cuja fundamentação histórica apresentamos nesta pesquisa.