Jogos Olímpicos eletrônicos e a relação com o Movimento Olímpico

Resumo

Os esportes eletrônicos, ou e-sports, emergiram como um fenômeno global significativo, atraindo grande público e se estabelecendo como uma forma de entretenimento competitivo comparável ao esporte olímpico. A crescente popularidade alcançada desencadeou uma discussão sobre a participação no Movimento Olímpico, referenciada na Carta Olímpica, que até 2011 restringia a inclusão de modalidades esportivas baseadas em propulsão mecânica. No entanto, o COI, ao reconhecer a evolução das formas de competição e a necessidade de modernização, começou a revisar essas restrições. A Agenda 2020 e sua sucessora, a Agenda 2020+5, enfatizou a necessidade de rejuvenescimento do Movimento Olímpico para mobilizar as novas gerações. Essas diretrizes indicam uma abertura para a inclusão de modalidades que foram negadas ou excluídas no passado, tal como o surf e o skate. Contudo, a inclusão dos e-sports nos Jogos Olímpicos ainda enfrenta estes desafios significativos. A principal preocupação é alinhar essas competições com os valores olímpicos, como respeito e jogo limpo, além de abordar questões relacionadas à violência que está presente como objeto de alguns jogos. Dessa forma, observamos que a relação do COI com os e-sports, desde a aproximação inicial até os primeiros eventos realizados pela entidade, juntamente com os desdobramentos que levaram à idealização dos Jogos Olímpicos de e-sports está alinhada com as novas demandas da sociedade que já transformaram boa parte do programa olímpico, ao mesmo tempo em que é uma ação necessária para a própria sobrevivência da entidade.